Metade das raparigas casa-se antes dos 18 anos no país, perdendo os seus direitos e enterrando os sonhos de se formar e serem adultos com melhores condições, o que começa a ser visto como uma tragedia nacional.
As estáticas nacionais apontam que a província de Nampula regista as taxas mais altas de casamentos prematuros, com 62 por cento. Segue Cabo Delgado com 61%, Manica (60) E Niassa (58).
Jornalistas reunidos na última quarta-feira no Bilene. Provincial de Gaza, assumem que o fenómeno não tem merecido a atenção proporcional a gravidade que representa para a sociedade.
Vários cenários concorrem para a desvalorização do problema ao nível da comunicação social, havendo necessidade de mudança de abordagem com vista a problematização dos casamentos prematuros.
O evento do Bilene, visa fundamentalmente, consciencializar os jornalistas de diversos órgãos no sentido de abraçarem mais a causa dos casamentos prematuros, que colocam Moçambique na lista de 10 países africanos mais afectados pela prática.
Eleutério Fenita, Da visão mundial, explicou que a ideia do seminário é de levar aos jornalistas a identificar o que mais podem fazer para se colmatar os casamentos prematuros, que na sua óptica são uma tragédia para o país.
Por sua vez, Carla Mendonça, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) afirmou ser importante que a comunicação social intensifique as abordagens sobre o fenómeno rumo a uma mudança de comportamento, que é a chave de qualquer campanha.
Falou da cultura e da religião que estão muito enraizados na nossa sociedade e que acabam concorrendo para a perpetuação do fenómeno. Congratulou-se pela existência de legislação contra os casamentos, mas defendeu a necessidade de as leis serem levadas ao conhecimento das comunidades.
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